#127 Pela noite dentro

Sempre fui um ser noctívago. Claro que simultaneamente viver de dia, causa um certo transtorno.
 
Solução encontrada há uns belos anos, aliada a um sistema biológico que felizmente veio comigo desde a nascença? Fácil: dormir menos e no meu caso meditar, uma vez que aí recupero ainda e em menor tempo as forças físicas, psíquicas e naturalmente espirituais, que me energizam positivamente para mais uma jornada, seja ela qual for.
 
Digamos que é uma espécie de “stand by” planeado, que faz com que o botão do “on” ligado novamente, tenha ainda mais força.
 
Mas dizia eu, na noite reencontro vezes sem conta o prazer da escrita livre e sem preconceitos; da música nota a nota, compasso a compasso; da contemplação do silêncio lá fora, interrompido pelos carros que passam ou pelos animais nocturnos; no gosto pela meditação ou pela reflexão mais apurada de um sem número de assuntos.
 
Assim, me transfiguro ou me resgato e habito também na noite como um novo ser, na manifestação mais pura dos meus alteregos, na assumpção plena da multifacetação, na vivência da pluridimensionalidade, sob todas as formas.
Penso no Agosto que aí vem. E com ele: novo regresso ao meu mundo encantado.
 
 
 
 
* texto escrito pelas 02h47. E tanto que sinto a caminho, antes de me deitar. Gosto disto assim, até porque não sei ser de outra forma. Quem diz que a solidão é necessariamente má? Provoco-a vezes sem conta, tamanha é alegria e a paz que me dá.