11 de Dezembro de 2007, pelas 07h da manhã, recebia ao telefone a notícia que já esperava e que ansiava, dadas as condições.
Acabava de “partir para outras paragens”, o meu Pai Natal. O alívio pelo fim do seu sofrimento, instalava-se em mim, num misto de paz e de saudade.
O Natal naturalmente jamais seria o mesmo. Ainda assim, desde a primeira hora, havia que mudar de página. E assim o tenho feito. Assim o temos feito todos.
Reencontro a alegria perdida nos sorrisos inocentes das crianças (que um dia fui e que de alguma forma continuo ainda a ser), no voluntariado que presto diariamente e indiscriminadamente, nas duas instituições que presido e nos sonhos que realizo. Meus e dos outros, porque a vida continua. Diferente, mas continua.
O Pai Natal morreu há 7 anos, mas o exemplo dele continua vivo no meu dia dia, os seus ensinamentos consolidaram-se em mim e naturalmente: o miúdo de alguma forma morreu, nesse dia também…
A vida é uma jornada imensa, cheia de potencialidades. Todos temos que partir um dia e mal daqueles que não se habituam a mais este patamar a que chegaremos.
A cumprirem-se as regras, o envelhecimento dá-se e leva-nos. Outras vezes, partimos mais cedo. E até lá… vemos partir muitos dos que mais gostávamos.
Sei que já cá estive várias vezes. Isso evidentemente, ajuda a compreender.
Não sei quantas estiveste, Pai… mas espero que para onde tiveres ido: trates bem o miúdo.