Não é fácil encontrar uma definição de Amor. Especialmente nos tempos que correm, em que o egoísmo exacerbado e a fome de sermos felizes, atropela tudo e todos.
Muitas das vezes, confundimos a realização dos nossos caprichos com a felicidade plena. E não é verdade.
Não são meros momentos de êxtase, que nos marcam fundo e para sempre. Também eu ao longo da minha caminhada, os tenho não raras vezes procurado e estimulado… mas sei-os efémeros.
A beleza das mais simples coisas e de ver espelhado no(a) outro(a) um sorriso sincero e verdadeiro, continua para mim a valer mais que tudo.
Amar pois, é desapego. É compaixão, também. Amar não é deter, ou ter posse de algo ou de alguém. Mas sim entender a liberdade como princípio básico para a felicidade.
É certo que quanto mais livres somos, maior é a responsabilidade em estarmos à altura dessa liberdade. Mas liberdade é isso mesmo: L I B E R D A D E.
Dessa redundância não podemos sair, no meio de conceitos arcaicos com os quais somos educados e que persistem muitas das vezes num modelo de sociedade obsoleto que falhou em quase tudo.
Falhou, por premiar a inútil acumulação de dinheiro, ao invés da acumulação e distribuição de amor. Falhou, porque definiu que: TER seria mais valioso do que SER… errou claramente.
Mas se é para SER… que SEJA mesmo.
Procura-se pois um novo caminho, em que só dois seres livres (ou mais) de sexos diferentes (ou do mesmo) podem e devem ser felizes, sinceros, honestos e viver as suas vidas enfim: sorrindo.
Amar é muito isso. Querer a felicidade do outro, sem prescindirmos de ser quem somos. E sorrir. Sorrir muito!
Mas será possível amar verdadeiramente, antes de nos amarmos a nós mesmos?
Há que aprimorar a nossa própria diferença, não a escondermos, mas sim enaltecendo-a e apaixonarmo-nos por “ela” quando a vemos assim igualmente estimulada e estampada no(a) outro(a).
Podem dois seres diferentes (ou mais) serem felizes? Não só podem como julgo que SÓ assim podem.
Porque ninguém é igual a ninguém, pesem embora semelhanças que encontramos e que nos fazem sentir por ventura confortáveis.
A mim, esse desconforto conforta-me. Porquê?
Porque é mais REAL.