Os anos passam e com eles vamos vivendo experiências. Vamo-nos reconectando com o nosso caminho.
Por aqui ou por ali, desbravamos terrenos outrora inóspitos, inexplorados que eram… por NÓS mesmos. Esses terrenos… que estão DENTRO de nós.
Nós e os nossos medos.
Nós e os nossos preconceitos.
Nós e os nossos tabus.
Nós e os nossos estereótipos.
Nós e os nossos egos.
Nós e as nossas vergonhas.
Nós e as nossas preocupações.
Nós e os outros… Nós e os OUTROS?
Não.
Temos que pensar nos outros, mas pensar igualmente em nós, interiormente. Avançarmos na caminhada.
Por vezes, temos que largar as amarras com que nos aprisionámos, as grilhetas que de doces se vão tornando amargas… mas não é pois tarefa fácil! Até porque o sabor… não é também ele fácil de detectar e varia. Varia, muito.
Na verdade, a resposta está sempre algures à espreita. Por vezes surge cedo demais, outras vezes: tarde demais.
Julgo que “tarde”, ao fim e ao cabo nunca surge.
O “tempo”, somos nós que o fazemos e nunca é tarde para se ser feliz.
Mas essa construção permanente, implica por ventura escolhas duras que interferem com a nossa habitual tendência em tudo pretender ter, em tudo preservar e coleccionar… Em juntar as peças todas, esperando que delas resulte um bonito puzzle no fim.
Isso demora naturalmente o seu tempo.
Mas os puzzles… têm também eles as suas “peças características”. Têm um determinado número, uma determinada cor, uma determinada imagem, um determinado tamanho.
Continuo a tentar perceber quais as que formam o puzzle que quero construir em mim e se eventualmente todas cabem no meu desenho. No fundo, mesmo lá no fundo: prevejo saber que não.
Mas enquanto isso, vou definindo o desenho final e… juntando as peças todas que conseguir.
No final de contas… talvez só agora tenha começado a desenhar a sério. Estou pois… ainda a aprender, entre rascunhos e borrões. Entre cores erradas e borrachas mil.
Que me desculpe quem não gostar…
É de um mero e eterno aprendiz, bem como dos seus primeiros esquissos, que se trata… a caminho da obra-prima final.